Uma emoção estranha agitou o coração de Winston. Diante dele estava uma inimiga que pretendia matá-lo. Diante dele, também, estava um ser humano que sofria, talvez com algum osso quebrado. Instintivamente, fez um gesto na direção dela com a intenção de ajudar. No momento em que ela caíra sobre o braço ferido, fora como se ele sentisse a dor em seu próprio corpo.
“Você se machucou?”
“Não foi nada. Meu braço. Daqui a pouco passa.”
Ela falou como se tivesse o coração alvoroçado. Visivelmente, ficara muito pálida.
“Você não quebrou nada?”
“Não, estou bem. Na hora doeu, só isso.”
Ela estendeu a mão livre e ele a ajudou a se levantar. Ela recuperara alguma cor e parecia bem melhor.
“Não foi nada”, ela repetiu. “Só uma pancada no pulso. Obrigada, camarada.”