1984 (português)

O cotovelo! Escorregou até ficar de joelhos, quase paralisado, segurando o cotovelo atingido com a outra mão. Tudo explodira numa luz amarela. Inconcebível, inconcebível mesmo, que um golpe pudesse causar tanta dor! A luz ficou mais clara e ele pôde ver os dois olhando para ele. O guarda ria de suas contorções. Pelo menos uma das perguntas estava respondida. Nunca, por nenhuma razão neste mundo, seria possível desejar um acréscimo de dor. Quanto à dor, só era possível desejar uma coisa: que ela cessasse. Nada no mundo era tão ruim quanto a dor física. Diante da dor não há heróis, não há heróis, pensava uma e outra vez, contorcendo-se no chão e segurando inutilmente o braço inutilizado.










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